As Disfunções Mentais de Nettwerk van Helsing
sexta-feira, maio 20, 2005
 
O rescaldo do Oláááááááááááááá!!!!!
Pois é, o Olá Love 2 Dance III foi no sábado, e só agora me senti na disposição de escrever o que achei do evento. Quando uma pessoa começa a adiar, a adiar, a adiar, é uma desgraça. Mas enfim, cá estamos, todos vivos e contentes. E portanto, vamos ao que interessa, até porque eu não tenho tempo a perder.

Eram 22h e troca-o-passo quando me meti na fila para lá entrar. Uma fila já de si enorme, e que maior ficaria com o passar do tempo (evidentemente), ao ponto de chegar a atingir os 2km's, pelo que me disseram. Confesso que não fui muito honesto, meti-me lá no meio, ao pé da malta do meu curso (que praticamente já têm lugar cativo no OL2D), mas a verdade é que, se tivéssemos sido (eu e o casal que foi comigo - sim, eu adoro segurar a velinha. Sheesh) os únicos a fazê-lo, se calhar a coisa talvez tivesse desenvolvido... mas NÃO! À meia-noite estávamos uma ou duas centenas de metros à frente da posição original. O que quer dizer que, mesmo que toda a gente à nossa frente entrasse de rompante no Pavilhão Atlântico, já haviamos perdido alguns DJ's. Mas enfim.
Pouco depois, lá pela 1 da manhã, decidimos que aquilo assim não podia ser, diabos. Tivemos de nos armar em batoteiros novamente e fomos mesmo lá para a frente. O aglomerado ao pé do primeiro gradeamento era grandinho, portanto nem notaram mais três marmelos lá pelo meio.
Mas o pior estava para vir!
Então não é que, quando os seguranças decidem voltar a deixar entrar gente (pois houve um largo intervalo sem passar ninguém por ali, não me perguntem porquê), começa a haver um apertão nas hostes, de modo a conseguirem entrar o mais cedo possível, e eu a ficar cada vez mais pequenino, e a ouvir música com o Discman na mochila, e a sentir o pessoal a involuntariamente mudar-me as faixas... Só faltou ficar de olhos arregalados. Confesso que temi pela vida naquele momento, e vieram-me à cabeça aquelas notícias da Índia e países vizinhos, em que centenas de pessoas são esmagadas e espezinhadas pela multidão em eventos religiosos. E os seguranças também não eram essa grande ajuda, pelo contrário: começavam a empurrar a multidão para trás, ou seja, na minha direcção! Se ecoassem os acordes duma música mais pesadota, eu juro que tinha começado a girar bico naquela canalha toda. Tendo em conta que até nem aprecio muito estar apertado, ou estar em multidões muito apinhadas... mas a verdade é que ninguém me obrigou a estar ali. Vim porque quis.

Mas enfim, finalmente consguimos passar aquelas barreiras, mais à frente haviam outras, depois mais outras, e finalmente a verificação da validade do bilhete. E depois disso, finalmente, depois de quase três horas de espera, Olá Love 2 Dance!! O problema é que tanta espera já me havia danificado o organismo: as minhas pernas doíam-me desalmadamente. Mas enfim, suportei estoicamente enquanto pude.
O espaço estava até bem arranjado, o palco estava bom, os preços das bebidas, para variar, estavam bem puxados, mas para compensar havia gelados à borla. O pior mesmo de tudo foi o ambiente do evento. Eu não sei como foi nas duas edições anteriores, nunca lá tinha ido, mas não gostei de ver lá certos indivíduos, que não vou descrever aqui por um desejo de querer permanecer politicamente correcto (pelo menos por enquanto). Posso apenas dizer uma coisa: tendiam um bocado para o chunga. Mas enfim, nunca chegaram a meter-se comigo, nem eu me meti com eles, e assim convivemos felizes e contentes até às 8h da manhã de domingo.
Em relação ao evento em si, o VJ esteve bem, as imagens que passavam nos projectores laterais e por detrás do DJ estavam razoavelmente bem conseguidas, os lasers estiveram muito positivos, o MC fez o seu trabalho, se bem que, por vezes, perdeu algumas ocasiões em que podia (e devia) ter estado calado. Quanto aos DJ's, quando entrei estava na vez de Behrouz, pareceu-me bem, John Creamer nem tanto. Steve Lawler, para mim, foi o melhor da noite, fez um set muito longo, bem energético, e esteve incessantemente a puxar pela audiência. No que diz respeito a Tiësto...
Bom, o rapazinho merece um parágrafo só para si. Afinal de contas, ele é "o #1 do Mundo durante três anos consecutivos". E o seu set tem sido objecto de acesas discussões por esse país fora. Entre os que consideraram a sua actuação divinal e os que o acharam uma valente merda. Eu, nessa querela, prefiro abster-me. É que eu já fazia uma ideia sobre o que iria ser o set dele: afinal, Tiësto lançou, há coisa de duas semanas, uma compilação de dois CD's (In Search Of Sunrise 4, por acaso até está razoavelmente boa), e a participação no OL2D fazia parte do tour de promoção dos CD's. Portanto, era um bocado óbvio que ele iria, essencialmente, passar sons que figuram nos discos. Ainda chegou a passar um dos sons míticos dele, "Suburban Train" (a que mereceu uma referência especial no meu post pré-OL2D), para lém do bónus, que foi a versão mais recente da "Lethal Industry", que toda a gente adora e que eu acho que não é nada de mais... Mas de resto, salvo uma ou outra excepção, os sons que se ouviram no Pavilhão Atlântico estão naqueles dois CD's. Faltaram músicas mais recentes, as que a maior parte do público aguardava, como "Traffic", "Adagio For Strings", ou até mesmo "Love Comes Again", mas enfim, não houve espaço, presumivelmente. Fica para a próxima, já em Agosto próximo, no Pacha, em Ofir. Já fora do tour e, espera-se, com todas aquelas músicas que o tornaram "o #1 do Mundo durante três anos consecutivos".
Para finalizar, uma palavrinha à organização do evento. Como já disse, eu não fui aos dois eventos anteriores. Mas, perante um volume de público como se estava a adivinhar, com o evento esgotado uma ou duas semanas antes do dia do evento... será que ninguém pensou que, se calhar, uma porta era capaz de não ser o suficiente para 17 mil pessoas? Que os VIP's tivessem uma só para eles, tudo bem, afinal eles são VIP's. Mas o Pavilhão Atlântico não tem só uma entrada, c'os diabos! Até às 8h da manhã tivémos mais portas abertas para sairmos, e o Pavilhão já não estava nem metade cheio! Por isso é que ouvi amigos meus, que foram às três edições, a elegerem a deste ano como a pior de sempre. Mas pronto, para o ano há mais. Se possível, com menos problemas. O público anónimo agradece.

Bons eventos.

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