As Disfunções Mentais de Nettwerk van Helsing
segunda-feira, março 21, 2005
 
Justiça?
Quando me meti a escrever num web-log, era mais com o intuito de satirizar com certos e determinados aspectos da sociedade. Porém, as coisas não têm bem saído como eu esperava, pois a dita sociedade não anda para brincadeiras. E assim, acabo antes por expressar a minha revolta perante actos que me deixam envergonhado de ter nascido neste cantinho à beira-mar plantado.
Assim, foi sem alguma surpresa que vi a primeira notícia do Primeiro Jornal da SIC de ontem: mais dois polícias assassinados na Amadora. "Sem surpresa" porquê? Ora, para começar, ser polícia é uma profissão do mais ingrata que há. Se lhes acontece alguma coisa, eles é que têm de pagar do próprio bolso. Andam em carros do século passado, que andam mais devagar que um caracol tetraplégico, e ai deles se se descuidam a matar um pobre coitado dum bandido, que nada mais faz do que viver a sua vidinha! É quase bilhete adquirido para levarem um chuto no posterior e arriscarem uma estadia prolongada na penitenciária mais próxima.
Aliás, uma das coisas que a mim mais me faz comichão neste assunto (mais do que o facto de que a coisa que mais nos faz falta não é a modernização da polícia, é submarinos), é que todo o bandido é um santinho. Ainda me lembro, aqui há uns anitos, quando foi a história do tiroteio na Bela Vista, em Setúbal (como podia dar tantos outros exemplos, é só mudar o nome do local, que o resto é o mesmo), e a PSP calhou a matar um "santinho", caiu o Carmo e a Trindade sobre eles, apareceu a família, amigos, vizinhos, etc. e tal, a dizerem que o "menino" não fazia mal nenhum, era mais pacífico que um coelho, que os c... da PSP o tinham assassinado sem justificação, e por aí fora. Bem, eu ainda sou daqueles que acreditam que a polícia não desata por aí aos tiros por dá-cá-aquela-palha, portanto acho um bocado difícil engolir estas balelas. Quando "despacham" um mafiosozito destes, apenas me vem à mente uma coisa: "Menos um que anda cá a chatear... poriam era ter despachado o resto." Eu ainda acho é que, como todos os cães, eles têm uma sorte dos diabos. Uma sorte dos diabos de não termos uma polícia como a brasileira (atenção, eu não sou a favor de todos os actos efectuados por eles, como por exemplo chacinarem crianças sem rei nem roque; embora, na verdade, a realidade deles seja outra) que tem a brilhante política de "disparar primeiro, fazer perguntas depois". Se eles por cá andassem, sempre eram capazes de não ir p'rá TV arrotar postas de pescada: ia tudo a eito...

Para finalizar, não queria deixar passar outro assunto, até porque também está relacionado com os agentes da lei (arre, finalmente encontrei um sinónimo para "polícia"!): a mãe da Joana (para quem não sabe - ou não se lembra - , uma miudita que desapareceu há alguns meses, que mãe e padrasto dizem que mataram e que enterraram em sítio x, que depois é em y, e por aí fora) veio a público dizer que foi espancada pelos agentes, enquanto estes, é claro, disseram que ela se tentou suicidar, tendo sido prontamente impedida por um deles, mas que se desequilibrou e rebolou pelas escadas abaixo. Se bem que eu considere que a desculpa é uma valente merda, se estivesse no lugar dos polícias (argh!, lá foi outra vez) fazia exactamente a mesma coisa. É que não estamos aqui a brincar aos polícias e ladrões, com mil crocodilos! Estamos a falar duma menina da qual ninguém sabe o paradeiro, que até pode muito bem estar viva e a fazer companhia a tantos rapazes e raparigas desaparecidos. Portanto, acho perfeitamente lógico e natural que um deles se passasse e enfiasse umas valentes arrochadas na mulher. Talvez, se fosse permitida a tortura nos países civilizados, já se soubesse o que aconteceu realmente à menina...

Boas leis.

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